Quinta dos Sete Castelos

A propriedade era de Waldemar Augusto de Albuquerque d’Orey, nascido em 1866, na ilha do Faial, nos Açores, filho de pai alemão e mãe portuguesa, empresário em Lisboa, com negócios de venda de aço e ferro.

15 fev 2022
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A Quinta dos Sete Castelos, situada em Santo Amaro de Oeiras, estende-se ao longo da estrada, paralela à linha de comboio.

Compreende cerca de 1,5 hectares de área, incluindo o pinhal e a casa apalaçada, que mantém a robustez e traça originais, a capela, o picadeiro, as cocheiras e a horta, com árvores de frutos.

A propriedade era de Waldemar Augusto de Albuquerque d’Orey, nascido em 1866, na ilha do Faial, nos Açores, filho de pai alemão e mãe portuguesa, empresário em Lisboa, com negócios
de venda de aço e ferro.

A 25 de julho de 1899, Waldemar d’Orey solicita à Câmara Municipal de Oeiras autorização para construir uma casa de habitação. O local, é um dos montes que cercam a Vila de Oeiras denominado sítio dos Sete Castelos e que “fica ao sueste sobranceiro ao mar, em terras de semeadura.”*
 

Planta 1929. Arquivo Câmara Municipal de Oeiras

 

A capela de uma só nave é construída mais tarde em 1929, situada no alçado norte da casa, a partir do eixo de simetria para poente. Inclui a sacristia e alpendre e liga à habitação através de um dos quartos da cave. O espaço religioso privado, representa a concretização espiritual
de um desejo e projetado como afirmação pessoal e de poder. Era a ascensão de uma burguesia.
Merece particular destaque e atenção os azulejos existentes, no interior e no exterior da capela, provenientes da fábrica “Viúva de Lamego”, desenhados pelo aguarelista João Alves de Sá (1878-1972).

Uma magnífica propriedade que é património municipal desde 18 de outubro de 2000, pela aquisição aos herdeiros de Waldemar d’Orey, falecido em 1950.

Após a requalificação dos jardins já reabertos ao público, estão agora a ser recuperadas a Casa e a Capela, para a transformar numa residência para cientistas. Este conjunto edificado, de identidade própria e detentor de uma memória local, manterá a geometria e a morfologia num compromisso de integração das formas, um investimento da Câmara Municipal de Oeiras, orçado em cerca de 3,1 milhões de euros.

Memorial Histórico, volume II, págs. 156 e 390.

Texto: Célia Garret Florêncio